Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH - Já ouviu falar?

Olá, mamães!! Muitas de vocês devem ter crianças bem ativas e que as vezes aprontam um pouco,não é? E algumas já devem ter escutado de alguém: “esse menino é muito atentado, hiperativo, precisa tomar remédio!!”. Muita calma nessa hora! Temos visto muito diagnóstico inadequado de TDAH e muitas crianças tomando medicação sem necessidade. Existe um limite entre malineza e doença.

Então vamos lá!! O que é transtorno de deficit de atenção e hiperatividade ( TDAH)? TDAH não é uma doença nova, foi descrita em meados do século 19 e sua frequência é igual em todo o mundo. Trata-se de um distúrbio neurobiológico crônico que se caracteriza por desatenção, desassossego e impulsividade. Esses sinais devem obrigatoriamente manifestar-se na infância, mas podem perdurar por toda a vida, se não forem devidamente reconhecidos e tratados. De acordo com o manual de classificação das doenças mentais, a síndrome pode ser classificada em três tipos:1) TDAH com predomínio de sintomas de desatenção; 2) TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade e 3) TDAH combinado.

Ainda não temos uma causa bem definida, porém sabe-se que o componente genético (hereditário) é importante, sobretudo levando a alterações nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) que estabelecem as conexões entre os neurônios na região frontal do cérebro. Alguns também apontam uso de álcool e nicotina na gestação como possíveis causas.

O distúrbio afeta de 3% a 5% das crianças em idade escolar e sua prevalência é maior entre os meninos. A dificuldade para manter o foco nas atividades propostas, agitação motora, desatenção, hiperatividade e comportamento impulsivo são sintomas do TDAH com reflexos negativos no convívio social e familiar, assim como no desempenho escolar dos portadores do transtorno e podem se manifestar em diferentes graus de comprometimento e intensidade.

Quando predomina a desatenção, as crianças apresentam dificuldade maior de concentração, de organizar atividades, de seguir instruções, e podem saltar de uma tarefa inacabada para outra, sem nunca terminar aquilo que começaram. Se distraem com facilidade e frequentemente esquecem o que tinham para fazer ou onde colocaram seus pertences, demoram para iniciar as tarefas e cometem erros por absoluto descuido e distração, o que pode gerar bulling e dificuldades escolares.

Nos casos em que prevalece a hiperatividade, são inquietos, agitados e falam muito, não conseguem participar de atividades sedentárias e manter silêncio durante as brincadeiras ou realização dos trabalhos. Se é a impulsividade que se destaca os sinais mais marcantes são a impaciência, o agir sem pensar, a dificuldade para ouvir as perguntas até o fim, a precipitação para falar e a,intromissão nos assuntos, conversas e atividades alheias.

Importante lembrar que para o diagnóstico, que é sempre clínico, os sintomas devem manifestar-se na infância, antes dos sete anos, pelo menos em dois ambientes diferentes (casa, escola, lazer, trabalhos), durante seis meses, no mínimo. Devem também ser responsáveis por desajustes e alterações comportamentais que dificultam o relacionamento e a performance dos portadores nas mais diversas situações (menino que só apronta na casa da vovó não conta).

O tratamento varia de acordo a existência, ou não, de comorbidades ou de outras doenças associadas. Basicamente, consiste em psicoterapia e na prescrição de ritalina, um medicamento psicoestimulante, e às vezes antidepressivos. Crianças podem exigir os cuidados de equipe multidisciplinar, em função dos desajustes pedagógicos e comportamentais associados.

A mensagem que quero deixar e: fiquem atentas!!! Não precisam se apavorar se alguém disser que seu filho apronta muito, mas se a falta de atenção ou a agitação chama muito a atenção, de forma continuada, em vários ambientes diferentes e há dificuldade no convívio social ou desempenho escolar é bom procurar atendimento médico para o diagnóstico adequado.